quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sobre as limitações do feminismo radical

Enquete no site A Capa mostra, em números, a
alienação transfóbica histórica: pessoas trans ainda são
pouco conhecidas e muito indesejadas.
O feminismo radical é uma vertente do feminismo que surgiu nas décadas de 1960 e 70 em uma época de várias mobilizações que são conhecidas como a Segunda Onda do Feminismo. Essas mobilizações surgiram no mundo todo e reivindicavam o fim da desigualdade de gênero entre as mulheres e os homens, o direito ao voto, a legalização do aborto, o fim da violência contra a mulher, entre outros. O feminismo radical é, portanto, uma corrente feminista que se originou nas lutas. A sua principal referência teórica foi elaborada por Simone de Beauvoir em 1949.

É impossível não reconhecer a importância do papel teórico, político e histórico que tiveram as teorias feministas radicais para desvendar e denunciar o machismo na nossa sociedade. Por outro lado, também é impossível não reconhecer que elas têm sérias limitações históricas. Se há décadas atrás essa corrente tinha um papel fundamentalmente progressista, hoje acredito que, infelizmente, quando se refere à questão trans, uma parte dela passou para o lado do conservadorismo. Por quê?

A alienação LGBTfóbica histórica

Pintura de Theodor de Bry retratando
"sodomitas" sendo devorados por lobos (1594).
Como já discuti em outro texto, existe uma alienação LGBTfóbica que foi construída durante milênios e que prega que não existem pessoas LGBTs. Em outras palavras, uma ideologia que prega que todo ser humano é naturalmente heterossexual e cisgênero desde o nascimento. Para criar essa ilusão, ao longo de milênios, as classes sociais dominantes (senhores de escravos e de terras, monarcas, imperadores, nobres, membros do clero) realizaram, ao longo de milênios, um verdadeiro genocídio, usando para tal seu domínio sobre o Estado e, consequentemente, sobre as forças armadas e seu sistema de "justiça".

Alguns mecanismos criados para realizar o genocídio histórico também serviram de base para o machismo. Um exemplo bastante simples é a perseguição às "bruxas" durante a Idade Média. Qualquer mulher (ou: pessoa reconhecida socialmente como mulher) e que fugisse aos padrões rígidos de feminilidade era considerada bruxa e levada à fogueira. A criminalização da "sodomia", por outro lado, (que era entendida como um tipo de promiscuidade) também serviu para condenar à morte qualquer homem (ou: pessoa reconhecida socialmente como homem) que se recusasse a aceitar seu papel masculino.

"Não fale de mim como se fosse uma mulher"
diz o personagem trans "Megillus" na estória
do escritor grego Luciano, séc. II.
Quantas histórias de pessoas trans foram
apagadas dos livros?
Em contrapartida ao genocídio, houve também uma perseguição ideológica. Os textos históricos que denunciavam a nossa existência foram alterados, tiveram seu acesso restringido, não foram preservados ou foram intencionalmente destruídos. Tudo isso em nome da "moral cristã", ou melhor, em nome da moral da dominação de classe.

A perseguição também se estendeu a religiões e culturas pagãs, muitas das quais reconheciam e aceitavam a existência de LGBTs. Quando o homem branco (isto é, o homem branco, heterossexual e cisgênero) escravizou os povos negros e indígenas, isso foi feito também a partir da perseguição de sua cultura, incidindo com sua religião e seus exércitos para forçar essas tribos a deixarem sua "perversidade", o que inclui negarem a existência de pessoas trans. Muitas tribos indígenas e africanas que costumavam ter, em seu seio, várias sacerdotisas travestis, hoje em dia, já não têm mais.

Se observarmos a estrutura patriarcal que a sociedade tomou durante esses milênios, fica evidente porque era necessário criar a alienação de que não existem LGBTs: porque LGBTs não se encaixam na concepção tradicional de família (seja no sistema escravocrata ou no sistema feudal). Ao longo da história, vemos diversos exemplos onde uma sociedade dividida em classes tenta, por causa das pressões sociais, incorporar um ou outro setor LGBT, mas isto sempre se dá de forma limitada.

A teoria de Beauvoir e suas limitações


A teoria de Beauvoir e as teorias feministas radicais não superaram a ideologia LGBTfóbica, principalmente no que se refere às pessoas trans. Pelo contrário, adaptaram-se à transfobia.

Beauvoir construiu uma teoria que é branca e cisgênera, pois assim era toda a ciência disponível em sua época. Essa teoria ignora que existiam e sempre existiram pessoas transgêneras. Por conta disso, ela perde de vista vários fatos que alteram significativamente alguns pontos de sua teoria. Sua teoria é falha e, por isso, precisa ser criticada em seus pontos fracos, o que não significa que ela tenha que ser descartada. Judith Butler, que elaborou a teoria que é base para a corrente transfeminista, na minha opinião, cometeu um erro ao jogar fora praticamente toda a teoria de Beauvoir.

Ao longo das últimas décadas, as feministas radicais foram forçadas pelas circunstâncias a deixar de ignorar nossa existência. É preciso salientar que algumas feministas radicais reconhecem que não podem tirar conclusões precipitadas sobre as pessoas trans porque admitem que nossa sociedade é transfóbica. O nível desse reconhecimento varia. Mas uma grande parte toma uma posição conservadora, nem sequer admitindo a possibilidade da teoria de Beauvoir estar errada em alguns aspectos. Pelo contrário, agarram-se acriticamente à concepção de que o gênero é um sistema imóvel de castas e que contém apenas duas castas.

Em defesa do materialismo dialético

O estudo materialista da realidade precisa ser feito de forma dialética. A estrutura patriarcal da sociedade não é imutável, infalível e nem homogênea. Por mais que ela tenha traços fundamentais que se conservam, ela muda de forma conforme o sistema sócio-econômico, as tradições culturais, as intervenções políticas, os desdobramentos da luta de classes, a região, as características sociais dos sujeitos, etc.

A sociedade separa as pessoas desde antes do nascimento conforme seu aparelho reprodutor. Até hoje, em sociedades não-capitalistas, essa separação é uma necessidade material. Na sociedade capitalista, essa separação é feita por motivos ideológicos. [Voltarei a esse assunto em outro texto]. Com base nessa separação, as pessoas são, desde o nascimento, educadas para pertencerem a um ou outro gênero e a cumprirem os papéis socialmente estabelecidos. Isso é o que denominamos socialização de gênero, que pode ser (na nossa sociedade) feminina ou masculina. Entretanto, a socialização assume diferenças importantes nos diversos setores da sociedade.

Cito um trecho de um texto sobre interseccionalidade:
Podemos nos reportar à experiência da escravização para visualizar melhor essa relação: se por um lado, mulheres negras eram desumanizadas e “masculinizadas” ao lado dos homens negros, e cumpriam todo o trabalho na mesma proporção e intensidade que os homens, desarticuladas assim do lugar de fragilidade atribuído às mulheres cis brancas debaixo do patriarcado; quando era conveniente que elas fossem exploradas e reprimidas como mulheres, elas o eram. O papel dos estupros, violações sexuais, como expressão da manutenção do poder econômico do senhor de escravos sobre o trabalho feminino exemplifica essa relação. [...]

O lugar das mulheres cis e trans negras e não-negras na sociedade de classes guarda diferenças importantes do lugar das mulheres cis brancas. Se para as mulheres cis brancas, o trabalho foi um direito adquirido, para as mulheres cis negras o trabalho sempre foi uma realidade imposta, começando pela escravização.
A socialização por gênero assumia um caráter diferente para o povo negro quando este era escravizado. Os traços essenciais dessa diferença permanecem (e também se alteram) na sociedade atual uma vez que o racismo persiste. E para as pessoas trans? Qual caráter a socialização de gênero assume?

Para justificar uma política transfóbica, muitas feministas radicais fazem uma análise mecânica (isto é, anti-dialética), dizendo: "As pessoas que tiveram uma socialização masculina são homens, as pessoas que tiveram uma socialização feminina são mulheres." A partir desta "lógica" se conclui que as mulheres trans e as travestis são homens, que os homens trans são mulheres, que pessoas com gênero não binário são mulheres ou homens conforme o aparelho reprodutor com o qual nasceram.

Mas a realidade segue sua própria lógica e não a lógica mecânica e exata dos livros! A realidade não segue as regras da lógica formal.

Uma das primeiras características da socialização é ensinar as diferenças entre os sexos (como se fossem iguais aos gêneros e iguais às diferenças biológicas relacionadas ao aparelho reprodutor). Ao mesmo tempo, é ensinado às "meninas" que elas são meninas e aos "meninos" que eles são meninos. Em outras palavras, as crianças são convencidas a aceitar a identidade de gênero que lhes é designada. Acontece que uma parte das crianças (uma ínfima minoria, mas que não pode ser ignorada) se recusa, às vezes desde muito cedo, a aceitar a identidade de gênero que lhes é designada, na maioria das vezes se identificando com o gênero oposto a ele. Às vezes isso se dá de forma aberta, às vezes em segredo ou até inconscientemente.

Para a maioria das crianças, a identidade de gênero é adquirida sem conflitos internos ou externos. As próprias crianças reivindicam ser "meninas" ou "meninos". É evidente que a socialização de gênero tem outras características que se tornam opressoras para as meninas, para as crianças negras, para aquelas que tentem fugir dos papéis tradicionais de gênero, etc, mas para a maioria a identidade de gênero não é opressora por si mesma. Pelo contrário: ela é aceita como natural, biológica, de forma que a maioria as pessoas têm a impressão de que ela nem sequer existe. Mais uma vez nos deparamos com a alienação transfóbica histórica.

Após ter sido isolada e passar por
várias terapias que tentavam
"curá-la", Leelah cometeu suicídio
no dia 28 de dezembro.
Em sua nota de suicídio, dizia:
"Consertem a sociedade. Por favor."
Quando a identidade de gênero entra em contradição com a designação de gênero, a socialização de gênero tem desdobramentos opostos. Para uma menina trans, por exemplo, a socialização masculina é uma negação de sua própria identidade e coloca ela em oposição com o ideal masculino que a sociedade lhe impõe. Isso, na maioria das vezes, se desdobra em uma violência extrema. Conflitos verbais, constrangimentos, ridicularizações, isolamento social, agressões físicas e psicológicas, castigos que duram meses, terapias de "cura", expulsão da escola, expulsão de casa, espancamento até a morte, etc, são apenas alguns exemplos dos possíveis desdobramentos dessa contradição.

Isso faz com que travestis sejam vítimas da violência na escola e em suas casas, que as expulsa de casa, da escola, do mercado de trabalho e as leva à prostituição como única opção. Isso é socialização masculina? O fato da grande maioria das travestis ser empurrada à prostituição, muitas vezes desde a adolescência, mostra que nós somos vítimas diretas do machismo! Com respeito aos assédios que enfrentamos na rua, aos estupros, às chantagens e perseguições policiais tipicamente enfrentada pelas prostitutas, a criminalização da travestilidade, aos crimes de ódio que se desdobram em torturas, espancamentos e assassinatos, isso tudo contradiz a concepção mecânica de socialização de gênero.

Não existe uma socialização de gênero homogênea, nem para pessoas trans, nem para pessoas cis. Teorias são muito importantes para que seja possível compreender a realidade, mas a realidade é muito mais complexa do que qualquer teoria humana. Cabe a nós adaptarmos a teoria à realidade, que está em constante mudança, e não tentar adaptar a realidade a uma teoria estática. A teoria de Beauvoir, em sua forma estática, não consegue compreender a transgeneridade. A teoria de Butler, que é dialética, mas idealista, a meu ver, se baseia em elementos que só existem em regiões mais "desenvolvidas" do capitalismo atual e que mostra fraqueza quando aplicada à periferia, aos países "subdesenvolvidos" e às sociedades não-capitalistas. Apenas uma teoria de gênero que seja materialista e dialética seria capaz de incorporar os pontos fortes das teorias de Beauvoir e de Butler e explicar, em essência, a transgeneridade em sua diversidade histórica e social.

9 comentários:



  1. Bom dia, Jéssica.

    Apesar de não concordar com quase nada no seu texto, gostei da sua forma de abordar o assunto, buscando as raízes históricas do feminismo radical associadas aos movimentos de direitos civis e à segunda onda feminista. Normalmente, o que eu vejo é sempre um total desconhecimento histórico por parte de pessoas que se dizem feministas e colocam o feminismo radical como uma corrente criada recentemente cujo único propósito é atacar pessoas identificadas como mulheres trans.

    Achei a sua abordagem mais honesta do que as que vejo por aí, por parte de ativistas trans. Porém, você escorrega no trecho em que diz sobre radicais lésbicas que expulsam bissexuais de coletivos, pautando-se em boatos para construir o seu argumento. Sou feminista radical há alguns anos e bissexual, coletivos feministas radicais organizados são poucos, acredito que eu saberia se isso ocorresse, nós sempre acabamos sabendo o que acontecesse nos nossos espaços. Quanto a lésbicas que se reservam o direito de não ficarem com bissexuais, é outro assunto, mas não as julgo e respeito esse direito, elas tem os argumentos delas para isso e seria legal ouvi-las. Na verdade, a lesbofobia em espaços heterocentrados é mais prejudicial do que isso.

    Essa parte do seu texto me chamou muito a atenção:

    “Para a maioria das crianças, a identidade de gênero é adquirida sem conflitos internos ou externos. As próprias crianças reivindicam ser "meninas" ou "meninos". É evidente que a socialização de gênero tem outras características que se tornam opressoras para as meninas, para as crianças negras, para aquelas que tentem fugir dos papéis tradicionais de gênero, etc, mas para a maioria a identidade de gênero não é opressora por si mesma.

    Como feminista radical, esse argumento pra mim é completamente absurdo. Se o próprio gênero foi construído para subjugar mulheres, se a masculinidade é colocada como referencial da humanidade e a mulher é a construção do Outro, não tem nenhum sentido dizer que “para a maioria a identidade de gênero não é opressora por si mesma”, sendo que o gênero é a própria opressão para as pessoas nascidas no sexo feminino. É essa construção em cima de nós que nos oprime (e explora), dizer que isso não é opressor é, mais uma vez e nada mais do mesmo no ativismo trans, reduzir o nosso sofrimento.

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    1. Olá, Carina,

      Com respeito a eu ter criticado círculos feministas radicais por expulsarem meninas bissexuais, aceito sua crítica e me retrato neste sentido. Foi uma desonestidade da minha parte, pra eu poder fazer uma acusação com esse respeito eu preciso mais do que simplesmente boatos, senão minha crítica acaba se tornando uma calúnia.

      Com respeito à segunda crítica, concordo em parte. Acho que realmente, da maneira como está, ficou faltando uma mediação, no sentido de dizer explicitamente que a socialização feminina, na nossa sociedade, é opressora e seu papel é oprimir. Agora, o ponto é que existe um tipo de opressão (transfóbica) que diz respeito especificamente às pessoas trans que diz respeito à própria negação de sua existência. Creio que a única forma de entender isso é que são opressões distintas.

      Tenho um discordância com a tese que "o gênero é a própria opressão para as pessoas nascidas no sexo feminino". É verdade que, na nossa sociedade, o papel das mulheres é serem oprimidas (e exploradas), mas a concepção de gênero da nossa sociedade também pressupõe que todas as pessoas sejam cisgêneras, ou seja, só consegue se firmar sobre a inexistência de pessoas trans (e de LGBTs em geral). Essa inexistência, ao longo dos séculos, e também na atualidade, se concretiza a partir do genocídio da população trans.

      Não quis, de maneira alguma, menosprezar o sofrimento das mulheres em geral, só quis explicar qual é a essência da transfobia.

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    2. http://faladelas.com/2015/07/06/bifobia-existe-e-esta-no-feminismo-um-apelo-por-anna-lima/

      Sou bi e feminista interseccional, o texto acima ajuda a entender nossa situaçao pra além dos boatos.

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    3. blá blá, transfobia e bifobia. Sai rad.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Jessica, achei legal seu texto e entendi seu ponto de vista. Conheço de forma muito rasa o trabalho de Butler. Gostaria se possivel, uma explicação sobre o ponto de vista teórico, sobre Butler fazer uma análise dialética mas que é idealista, sei também que nem toda análise dialética é necessariamente Marxista. Poderia me falar mais sobre isso? De antemão peço desculpa sobre qualquer equívoco de minha parte.

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  4. Oi Jéssica, sou mulher cis (nao me importo em adotar esse termo para fins de descrição) e me identifico com o feminismo radical. Quando adolescente li o segundo sexo e isso norteou meu amadurecimento, mas com o boom feminista dos ultimos anos passei a ter muito mais contato com o feminismo liberal e até pouco tempo não questionava em absoluto a teoria queer. O contato que tive nos últimos meses com o feminismo radical me mudou profundamente e percebi como o feminismo mainstream deixou de lado talvez suas questoes mais importantes que ja tinham sido levantadas na década de 1970. Digo isso pra enfatizar que considero o feminismo radical extremamente importante nos dias de hoje.

    Discordo com alguns pontos do seu texto mas nao falarei sobre isso, estou comentando pra elogiar sua lucidez e dizer que ler seu texto me deixou bastante feliz. Eu acredito que é urgente que seja estabelecido mais respeito e diálogo entre o feminismo radical e o ativismo trans no geral.

    Um exemplo meio óbvio - a questão dos banheiros. Eu não acredito que exista uma resposta tao simples como "banheiro feminino é só para pessoas com vagina e banheiro masculino para pessoas com pênis" e tampouco "usa-se livremente o banheiro condizente com a identidade de gênero". O mesmo se aplicaria mais intensamente sobre a prisão.

    Infelizmente, existem homens que se aproveitam SIM desse tipo de abertura para abusar de mulheres, e afinal, seria muito complicada a convivencia na prisão de mulheres cis e mulheres trans, devido a diferenca biologica de força física e o fato de que uma mulher trans pode (nao digo que vai) estuprar. Acho extremamente improvavel um homem trans escolher ficar na ala masculina de uma prisao.

    Ao mesmo tempo, é claro que eu reconheço os problemas absurdos que uma pessoa trans pode enfrentar na prisão e no banheiro e eu sei que lidar com isso é uma questão de direitos humanos urgente!!

    Nao obstante, já vi pessoas trans e cis falando que a opção de um terceiro banheiro é absolutamente segregadora e inaceitável, execrando mulheres que sinalizam preocupação com a própria seguranca nesse sentido. Ao mesmo tempo, as pixações transfóbicas nos banheiros da USP são inaceitáveis. Na minha universidade, convivo com uma menina trans de quem gosto bastante, e ficaria muito chateada se ela fosse obrigada ao constrangimento de usar o banheiro masculino, já que eu sei que naquele contexto sua presença nao ameaça nem dá abertura para uma situação ruim.

    Precisamos deste diálogo e mútuo respeito.

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    1. Essa luta é de classes, já podemos ver isso quando vc separa mulheres da classe operaria das pessoas trans, dizendo que na cadeia (ambiente protagonizado pela classe operaria): separa mulher e travesti e nas faculdades (ambiente protagonizado pela burguesia): junta, que em um elas são violentas e no outro não existe ameaça. Tanto a opressão da mulher como da travesti sabemos é medida por classes. Como no texto aponta a diferença na luta por direitos trabalhistas da mulher negra e da branca e sabemos que na classe operaria a maioria é negro. Mulher ou travesti a opressão sentida na classe operaria é maior, é física, é material.

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  5. ninguém escolhe ser uma coisa ou outra meu deus

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